terça-feira, 14 de maio de 2013

Ao dia 13 de Maio...



Código Penal da República dos Estados Unidos do Brasil

(Decreto número 847, de 11 de outubro de 1890)

Capítulo XIII -- Dos vadios e capoeiras


Art. 402. Fazer nas ruas e praças públicas exercício de agilidade e destreza corporal conhecida pela denominação Capoeiragem: andar em carreiras, com armas ou instrumentos capazes de produzir lesão corporal, provocando tumulto ou desordens, ameaçando pessoa certa ou incerta, ou incutindo temor de algum mal;


Pena -- de prisão celular por dois a seis meses.


A penalidade é a do art. 96.


Parágrafo único. É considerada circunstância agravante pertencer o capoeira a alguma banda ou malta. Aos chefes ou cabeças, se imporá a pena em dôbro.


Art. 403. No caso de reincidência será aplicada ao capoeira, no grau máximo, a pena do art. 400.


Parágrafo único. Se fôr estrangeiro, será deportado depois de cumprida a pena.


Art. 404. Se nesses exercícios de capoeiragem perpetrar homicídio, praticar alguma lesão corporal, ultrajar o pudor público e particular, perturbar a ordem, a tranqüilidade ou segurança pública ou for encontrado com armas, incorrerá cumulativamente nas penas cominadas para tais crimes.



*A prática da capoeira só veio a ser permitida por lei em 1937.

Dona Isabel

Mestre Toni Vargas

Dona Isabel que história é essa
de ter feito abolição
De ser princesa boazinha que libertou a escravidão
To cansado de conversa,
to cansado de ilusão
Abolição se fez com sangue que inundava este país
Que o negro transformou em luta,
Cansado de ser infeliz
Abolição se fez bem antes e ainda há por se fazer agora
Com a verdade da favela,
E não com a mentira da escola
Dona Isabel chegou a hora
De se acabar com essa maldade
De se ensinar aos nossos filhos,
O quanto custa a liberdade
Viva Zumbi nosso rei negro,
Que fez-se herói lá em Palmares
Viva a cultura desse povo,
A liberdade verdadeira
Que já corria nos Quilombos,
E já jogava capoeira
Iêêê viva Zumbi...
Iê libertador...

Retalhos de Mestre Toni Vargas Cap. 7 (http://abeiramar.tv/)

Bushido Okilombo - Mandela


quarta-feira, 8 de maio de 2013

Princípios de Treinamento - homeostase


A Homeostase é abordada aqui, de um modo que possa ser interpretada em qualquer tipo de desenvolvimento evolucional, seja Físico (Força, Resistência, Flexibilidade, etc.) , Mental (Meditação, Aprendizagem, Velocidade de Raciocínio, etc.) ou Emocional/Espiritual (as mais diversas abordagens).



I - A barra laranja representa o nível atual homeostático.

II - A barra vermelha representa o stress, desgaste, esforço, trabalho realizado, em qualquer aspecto, atingindo-se um ponto específico onde esse estímulo é finalizado.

III - A barra azul representa a recuperação do estímulo sofrido, recuperando 100% do desgaste chegando novamente ao ponto inicial.

IV - A barra verde representa a recuperação de reserva, que é realizada automaticamente pelo sistema em questão especificamente para se preservar de um futuro novo estímulo desgastante, chegando a um ponto máximo específico, ficando dessa forma, preparado para receber um futuro estímulo desgastante.

V - Se um novo estímulo desgastante não for gerado em um tempo determinado o sistema retorna ao aspecto original, retornando ao ponto de origem.


Aqui é apresentado uma gráfico de um aspecto evolucional de um sistema

I- Realiza-se um estímulo até um determinado nível de desgaste;

II - Realiza-se a recuperação até atingir o nível original homeostático;

III - Atinge-se o nível máximo da recuperação de reserva;

IV - Iniciando-se nesse momento, um novo estímulo de desgaste.



I- Realiza-se um estímulo até um determinado nível de desgaste;

II - Realiza-se a recuperação até atingir o nível original homeostático;

III - Atinge-se o nível máximo da recuperação de reserva;

IV - Inicia-se tardiamente um novo estímulo de desgaste.



I- Realiza-se um estímulo até um determinado nível de desgaste;

II - Realiza-se a recuperação até atingir o nível original homeostático;

III - Inicia-se um novo estímulo de desgaste nesse momento.


I- Realiza-se um estímulo até um determinado nível de desgaste;

II - Realiza-se a recuperação SEM atingir o nível original homeostático;

III - Inicia-se tardiamente um novo estímulo de desgaste.


I- Realiza-se um estímulo até um determinado nível de desgaste;

II - Realiza-se a recuperação até atingir o nível original homeostático;

III - Atinge-se o nível máximo da recuperação de reserva;

IV - Inicia-se um novo estímulo de desgaste neste momento.

V - Com a manutenção desse quadro o nível homeostático tende a "elevar-se";

VI - Após um período específico do aumento do nível homeostático, aumenta-se o nível do estímulo de desgaste para que haja a evolução de todo o processo.



Bushido Okilombo - Jung


terça-feira, 7 de maio de 2013

Termos da Capoeiragem


Às vezes alguns termos são usados no meio da capoeiragem, porém, nem sempre são compreendidos seus significados.
Por mais que a concepção do termo possa mudar conforme a pessoa, lugar ou cultura, é interessante conhecermos alguns significados desses termos.

Arte com Mestre João grande

Axé


Para os Yorubás, o asé, ou mais popularmente conhecido como axé, é a "força vital". Segundo Maupoil (citado por E. dos Santos, 1986) axé é a força invisível, a força mágico-sagrada de toda divindade, de todo ser animado, de toda coisa. Não aparece espontaneamente, precisa ser transmitida. (Fonte: Rede Afrobrasileira Sociocultural)


De acordo com o Dicionário de Expressões Afro-Brasileiras da Fundação Cultural Palmares o Axé é definido como: Energia, poder, força da natureza. Poder de realização através de força sobrenatural. A palavra Axé também pode ser usada para se referir ao terreiro, Ilê Axé (Casa de Axé).

De acordo com um conceito do Candomblé: "Energia mágica, universal sagrada do orixá. Energia muito forte, mas que por si só é neutra. Manipulada e dirigida pelo homem através dos orixás e seus elementos símbolos."

Yiê

O Yiê utilizado na capoeira, é também usado na saudação ao Orixá Ogum no Candomblé "Ogum Yiê", significando "Salve Ogum".


O Yiê (Iê) usado no início de uma roda, antes da ladainha vem como forma de saudação, invocação de energias, para "fechar o corpo", para realizar um bom jogo, e também para chamar a atenção do capoeira para o momento. O Yiê usado ao final de cada jogo ou roda serve como fechamento daquele momento, chamando a atenção da bateria, dos jogadores e todos outros participantes da roda para a pausa ou encerramento.

Mandinga

Os mandingos (em mandingo: Mandinka) são um dos maiores grupos étnicos da África Ocidental, com uma população estimada em 11 milhões. Durante os séculos XVI, XVII e XVIII, cerca de um terço da população mandinga foi embarcada para a América como escravos, após a captura em conflitos. Uma parte significativa dos afro-americanos nos Estados Unidos é descendente de mandingos.
Mandinga no Brasil Colonial era a designação de um grupo étnico de origem africana, praticantes do muçulmanismo, possuidor do hábito de carregar junto ao peito, pendurado em um cordão, pequeno pedaço de couro com inscrições de trechos do alcorão, que negros de outras etnias denominavam patuá. Depois de feita a inscrição o couro era dobrado e fechado costurando-se uma borda na outra. Via de regra por serem melhor instruídos que outros grupos e possuírem conhecimento de linguagem escrita, eram escolhidos para exercerem funções de confiança, dentre elas a de capitão-do-mato. Costumavam usar turbantes, sob os quais normalmente mantinham seus cabelos espichados. Diversos negros fugidos de outras etnias, para tentarem disfarçar o fato de não serem livres espichavam o cabelo e usavam o patuá em um cordão junto ao peito, porém sem as inscrições. Os mandinga tinham o costume de se reconhecerem mutuamente recitando trechos do alcorão uns para os outros. Caso o negro interpelado não recitasse o trecho correto, o capitão-do-mato de etnia mandinga, capturaria o fugitivo imediatamente. Outras etnias viam nessa identificação entre si como um fenômeno mágico, atribuindo muitas vezes ao patuá poderes mágicos que permitiriam ao mandinga identificar os fugitivos. (Fonte: Wikipedia)

Também refere a feitiçaria, sortilégio, dificuldade provocada por arte mágica, batota.

Na capoeira, o termo mandinga é muito utilizado, mas significa o que?

Deixo aqui essa resposta de alguns grandes nomes da capoeira.


(Trecho do documentario "Mandinga em Manhattan" de Lázaro Faria)